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A infeliz procura da felicidade

Na procura da felicidade, as pessoas saltam de relação em relação e não se apercebem que escolhem sempre mais do mesmo e que mantêm sempre os mesmos padrões de comportamento. A um dado momento, apenas algumas têm a capacidade de se questionar da razão pela qual atraem constantemente o mesmo tipo de pessoas e relações.

O que faz com que as pessoas sofram é que, na hora de escolher, elas fazem-no através do seu lado mais frágil e ferido, isto é, escolhem através do seu lado mais carente, aquele lado que as faz sentir incompletas e que, infelizmente, por outro lado, não lhes possibilita de saber distinguir entre o que é bom ou mau para elas. Na verdade, guiam-se apenas por uma necessidade premente de preencher um vazio iminente que existe dentro delas, um vazio que as faz ver amor onde não existe amor, que as não faz ver aquilo que não desejam ver.

Devido a esse seu lado carente, as pessoas sentem-se quase sempre inferiores, insignificantes e até impotentes para reverter esta tendência no momento da escolha. Para camuflar esta sensação de inferioridade, muitas pessoas tornam-se materialistas como forma de se sentirem validadas. Assim, acreditam que se conseguirem ter mais coisas, vão finalmente ser felizes. Só que, como tal não acontece, vivem sempre incompletas e infelizes.

Nas relações amorosas, as pessoas feridas têm uma tendência para não esquecer o sofrimento em vez de procurar entender a razão pela qual sofreram. Tal escolha faz com que continuem a atrair o mesmo tipo de pessoas e a viver o mesmo género de experiências. No fundo, apegam-se mais à dor como forma de não esquecer aquilo por que passaram. Só que tal atitude faz com que tenham ainda mais medo de sofrer e escolham pessoas em que se destaca o mesmo sentimento. Inconscientemente, estão programadas para atrair pessoas que as vão ferir, porque na vida, energeticamente, atraímos sempre aquilo que nos dá maior possibilidade de crescer. É o processo do espelho: vês (atrais) no outro quem és.

Para superar esta situação, temos de ter consciência do nosso inconsciente, isto é, temos de enfrentar conscientemente as nossas dores para perceber o que devemos fazer para seguir em frente. Através desse processo, vamos entender que atraímos tudo aquilo que precisamos (pessoas, situações, etc.) para aprender a lidar e superá-los de forma a afastar definitivamente da nossa vida mais situações idênticas.

É a infeliz procura da felicidade através da vivência do que não se quer na vida.

José Micard Teixeira