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              O objetivo da vida nunca pode ser o de competir, mas antes o de progredir. Quem compete não entende que está a entrar em esforço para ser melhor do que alguém ou conseguir aquilo que o incumbiram de fazer melhor do que todos. Viver em esforço é uma competição connosco mesmos que nos leva à destruição total de quem somos. Quem compete, perde a noção do que é viver de forma natural, porque a competição é uma luta desigual entre o que queremos e o que os outros determinam que nós devemos querer.

              Progredir, pelo contrário, é um ato de paciência, sendo que paciência não tem nada a ver com permissividade ou mesmo tolerância. É importante ser paciente porque a progressão de um indivíduo tem um determinado ritmo e leva um determinado tempo a ocorrer. É progressivo em função da vontade e da maturidade da pessoa que escolhe progredir.

              Quem decide progredir, deve investir naquilo que ama. Quem investe no que não ama, não está seguramente a fazê-lo de livre vontade. Está de alguma forma a ser forçado a progredir e os resultados serão sempre contrários aos pretendidos porque vai tornar a progressão numa competição. O mais importante é investir naquilo que se ama, porque é a única forma de estarmos a ser nós próprios e a aprender aquilo que tem a ver connosco.

              Também é preciso dar tempo ao tempo, porque progredir exige tempo e responsabilização. Aqui, a responsabilização tem a ver com a capacidade de assumir a total responsabilidade da vida, não apenas a conveniente, mas também a inconveniente. Progressão tem a ver com aceitação. Só se progride a partir do momento em que se a aceita a vida tal como ela nos é dada pela própria vida. Temos de ter consciência de que a responsabilização da nossa vida é o primeiro e fundamental passo para a progressão individual de alguém, na medida em que só podemos mudar aquilo que aceitamos ser da nossa responsabilidade. Ao fazê-lo, estamos a aceitar que qualquer mudança só depende de nós mesmos e nunca dos outros.

              Além do mais, na vida tudo deve ser jornadas e nunca metas. As metas exigem-nos prazos. Os prazos, originam stresses porque, por norma, somos todos procrastinadores. Pelo contrário, as jornadas acontecem à medida que nos vamos inteirando do verdadeiro milagre que é a vida e da realização dos necessários passos para atingirmos aquilo a que nos propusemos fazer sem querer competir com nada nem ninguém.

              Lembrem-se: o objetivo da vida nunca pode ser competir, mas sempre progredir.

              José Micard Teixeira