A falta de sedução mata as relações
A FALTA DE SEDUÇÃO MATA AS RELAÇÕES
O que faz com que uma relação deixe de ser algo entusiasmante e enriquecedor é a total ausência de sedução.
Na verdade, qualquer tipo de relação deixa de ser íntima a partir do momento em que nenhum dos dois parceiros seduz mais o outro.
O tempo faz com que a beleza da sedução inicial usada para a conquista da relação perca qualquer justificação para ser mantida. No início, quando se conhecem, existe uma enorme vontade e preocupação em seduzir o outro, em mostrar um lado que muitas vezes nem sequer é verdadeiro, uma faceta que se adopta unicamente porque se julga ser aquela que mais agrada ao outro.
O tempo de sedução dura até haver rotinas e previsibilidade a mais na relação. Aos poucos, perde-se a vontade para continuar com pequenos pormenores de encantamento, de atracção, pequenos hábitos do tempo da conquista, pequenos nadas que faziam toda a diferença.
Muitos casais responsabilizam a perca da sedução com o agastamento da vida: trabalhos stressantes, poucas horas partilhadas, o nascimento de filhos e dificuldades financeiras.
No entanto, a verdade é que a relação deixa de ser, a partir de determinada altura, a prioridade para ambos ou apenas um deles. O espaço dedicado à relação é ocupado por todas as outras coisas do quotidiano que, de repente, começam a ter muito mais importância do que a própria relação. Depois de algum tempo, ambos ganham um distanciamento que gera desilusão. Esta desilusão faz com comece a haver uma carência de atenção, até de amor, e se comece a procurar no exterior, de forma consciente ou inconsciente, o entusiasmo e a vida que se perdeu dentro da relação.
Um dos grandes incentivadores da falta de sedução é o cansaço, não apenas o físico, mas sobretudo o emocional. Se permitirmos, as nossas vidas tornam-se hoje facilmente impiedosas, exigentes e descontroladas. Tudo conspira entre si no sentido de nos tirar a capacidade de viver uma vida tranquila e plena. Somos massacrados todos os dias com problemas sem solução, metas fora do nosso alcance, exigências desmesuradas, única e simplesmente para produzirmos mais ou reduzirmo-nos à estúpida crença nas nossas insuficiências e incapacidades. Como a maior parte de nós foi educado sem qualquer noção do que é importante para nós enquanto indivíduos, tornamo-nos vítimas de um sistema que quer apenas que contribuamos com a nossa parte para a sua manutenção e crescimento, quase sempre de um modo que implica muito esforço e bastante sofrimento.
Com tudo isto, a vontade de seduzir desaparece num piscar de olhos e começamos a ir buscar, na comparação e na realização de metas provenientes desta, uma forma de substituirmos as emoções que a sedução nos dava. Só que falamos de coisas bem diferentes. A sedução numa relação é vida. A comparação é uma das maneiras mais comuns de destruímos por completo a relação que temos com tudo.
Obviamente que a sedução numa relação está intimamente ligada ao amor que existe entre as duas pessoas envolvidas. Se não há amor, a sedução é apenas um meio forjado para atingir um fim, normalmente de forma rápida e artificial para chegar ao sexo. Se há amor, as probabilidades de a sedução ser honesta são muito maiores.
De qualquer maneira, a perca de sedução deve-se a uma habituação que se instala no casal, a uma previsibilidade que em nada gera crescimento ou motivação e muito menos uma vontade de agradar ou libertar.
Resgatar uma relação é das tarefas mais difíceis e menos escolhidas entre os casais, muitos porque acham ser desnecessário e despropositado, outros porque não se apercebem do verdadeiro problema senão quando já é tarde demais.
O ideal é evitar este tipo de situações e manter a sedução viva numa relação. Para que isso aconteça, bastam duas coisas essenciais:
- O casal deve dedicar-se pelo menos vinte e um minutos por semana, 3 minutos por dia, para falarem entre si, não do quotidiano, mas de como se sentem um com o outro e do que podem fazer para se ajudar, do que está bem e do que está menos bem na relação. Se este princípio for mantido, muitas das situações entre o casal nem chegam a ganhar qualquer dimensão e a sedução aumenta devido à confiança e partilha entre eles.
- O casal deve sair uma vez por semana, juntos ou com amigos. Na verdade, o tempo que passam um com o outro e com os amigos ajuda-os a manter a boa disposição e a verem no outro também um companheiro de diversão e não apenas de cumprimento de tarefas diárias. Os filhos, o cansaço e a falta de dinheiro não podem ser motivo para não o fazerem. Existem sempre soluções, desde que haja vontade.
A sedução é fundamental numa relação. Mantê-la é a chave para uma relação saudável e entusiasmante onde cada um cresce no respeito por si e pelo outro e na loucura de se sentirem vivos durante todo o tempo. A união entre o casal torna-se muito mais forte e todos os problemas que possam surgir dentro e fora dela serão sempre muito mais facilmente resolvidos.
A sedução faz parte da vida. A vida é uma sedução sem fim.
José Micard Teixeira
Autor, Life Coach, Mentor
Concordo, sedução importantíssima, se mantém pela admiração sincera de um pelo outro.
Como fazer entender ao homem que me chama amor, que todas as passagens menos boas da minha vida, devem ser escutadas por ele, que se recusa a ouvi-las argumentando que prefere nem saber, porque o mágoa. Para mim a partilha de um amor completo são com as nossas passagens todas, sendo elas boas ou más.
Concordo plenamente
Não conheço fórmulas, não sei seduzir, não sei descrever o amor,não conto o tempo que perco por semana. Apenas sei que amo e sou amada. Acordámos a namorar e adormecemos da mesma forma. Os problemas uniram nos durante a caminhada e nem sempre foram fáceis. Hoje depois de tantos anos os nossos olhos brilham como no primeiro dia e há sempre algo para descobrir no outro. A supresa de um carinho inesperado, de uma dança ao som de uma música que se gosta, de um passeio de mãos dadas, de uma gargalhada espontânea sobre algo que se disse, será sedução? Não sei, só sei que quero viver assim enquanto der. Depois, depois se verá!!
Plenamente de acordo.
O meu marido nunca valorizou…
E ainda dizia, não estás bem, pede o divórcio.
E claro, divórcio a vista.
Todas as ações para manter a sedução e consequentemente o relacionamente tem por base o amor que é de onde se origina a vontade. Quando se unem partindo de uma paixão, de ilusões de convivio por comodidade e vantagens, o que mantém o relacionamente são os propositos não sensuais mas objetivamente materialista ou, com a chegada de filhos, a impressão moral diante da sociedade a quem dá-se satisfação.